Sociedades Multiculturais

Este espaço pretende dar a conhecer o percurso académico do Educador Socioprofissional e a consequente aplicação prática na área da Acção Social.
Foi criado no âmbito da Unidade Curricular de Técnicas de Animação de Grupo do 2º ano do Curso de Educação Socioprofissional da Escola Superior de Educação Jean Piaget - Arcozelo, do Campus Académico de Vila Nova de Gaia, sob a orientação do Master Carlos Jorge De Sá Pinto Correia .Atualmente é desenvolvido no âmbito da Unidade Curricular Métodos II, sob a orientação da Doutora Maria Orquídea.

Relatório de Visita ao Centro Social de Santa Cruz




 
Relatório do Centro Social de Santa Cruz









Curso: Licenciatura em Educação Socioprofissional
Unidade Curricular: Metodologias e Técnicas de Educação Gerais e Especiais II
 Docente: Dr.ª Orquídea
Discente: Dulce
                Manuela
               Olycia
Junho, 2012





















Introdução
O presente relatório surge no âmbito da unidade curricular MTEGE II (Metodologias e Técnicas de Educação Gerais e Especiais II), onde nos foi proposto uma visita de estudo ao Centro Social de Santa Cruz de Santa Maria da Feira. Nesta visita tivemos o prazer de conhecer uma das irmãs Passionistas do centro que amavelmente se disponibilizou para falar sobre o centro.

 O Centro Social de Santa Cruz Passionista tem como objetivo reconduzir a pessoa a si mesma, aos outros e a Deus. Tem uma grande preocupação com as crianças que se encontram em situação de maus-tratos, abandonadas ou negligenciadas e/ou são privadas de um ambiente familiar funcional e saudável. 

 Podemos constatar a satisfação da Irmã Passionista. O seu trabalho tem como principal objetivo proporcionar um ambiente familiar às crianças, onde o amor, carinho esteja sempre presente. Este Centro Social oferece às crianças excelentes condições de habitação, alimentação, saúde, higiene, e educação; ou seja, dispõe de boas infraestrutura e organização. As irmãs e os profissionais ao serviço do centro desenvolvem o seu trabalho com amor e dedicação às crianças carentes.  

Ficamos satisfeitas em conhecer as irmãs passionistas, a sua obra, que através da educação propõe caminhos de esperança defendendo e promovendo os valores e a qualidade de vida. Ajudam as crianças e jovens através do serviço educativo-pastoral a darem um sentido ao seu sofrimento.

No presente trabalho fazemos um relatório descritivo da visita de estudo a esta instituição, onde se inclui o guião de entrevista que foi elaborado para o efeito.






Metodologia
A recolha de informação foi realizada através de uma entrevista semi-estruturada (cf. Anexo) e da observação direta participante que decorreu durante a visita.

A entrevista semi-estruturada era composta por seis questões abertas dirigidas para as caraterísticas do público-alvo da instituição e para os desafios que os profissionais e a própria instituição enfrentam diariamente, especialmente neste período de crise que o país atravessa.

A observação participante ocorreu essencialmente no período de entrada, no pátio e ainda na sala onde decorreu a entrevista. Aqui esteve-se especialmente atento ao comportamento/atitude da Irmã. 

Toda a informação foi recolhida, analisada e integrada numa descrição da instituição.



Centro Social de Santa Cruz: uma breve descrição.
O Centro Social de Santa Cruz fica situado em Santa Maria da Feira, nasceu da oferta de uma casa por parte dos Missionários Passionistas a quem pusesse em ação uma obra social. É então que, em 1984, chegam a Portugal três irmãs vindas de uma província de Espanha e começam a restauração da casa, que durou dois anos, onde desenvolveram projetos sociais e apostólicos, num espírito de solidariedade humana, cristã e social. 

Assim, o Centro Social de Santa Cruz numa tentativa de fazer face às carências do concelho, começou a sua atividade no apoio à população mais idosa, como Centro de Dia. Mais tarde, o Centro Regional da Segurança Social de Aveiro, sugeriu um reajustamento do Centro para o acolhimento de crianças em risco, vindo então a transformar-se num Centro de Acolhimento Temporário (C.A.T.). Na mesma altura e devido a muitos pedidos de organismos locais e também no apoio a famílias que não podiam acompanhar os filhos em horário escolar, passou a funcionar como A.T.L..

O Centro de Dia, o C.A.T e o A.T.L., passou a funcionar em simultâneo, mas pouco a pouco os idosos foram-se integrando em centros mais próximos, e o Centro Social de Santa Cruz passou a dedicar-se apenas no apoio a crianças em situação de risco. 

Atualmente o Centro Social Santa Cruz dá apoio a 15 crianças de ambos os sexos, dos 0 aos 12 anos. A sua admissão é da competência do Centro Regional de Segurança Social de Aveiro e autorizada pelo Tribunal e Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. As crianças que entram no Centro Social de Santa Cruz são crianças que se encontram em situação de maus-tratos, abandonadas ou negligenciadas. Estas crianças de risco são privadas de um ambiente familiar funcional e saudável. 

Por estas razões, estão no centro temporariamente até aos 12 anos, e de acordo com a Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Risco, a permanência no Centro não deverá prolongar-se por mais de seis meses. No entanto na prática este período de institucionalização é, na maioria das vezes, superior, chegando muitas das vezes a durar anos.
O objetivo geral do Centro Social de Santa Cruz  é proporcionar-lhes um ambiente familiar saudável e uma inserção normal na sociedade. Acompanha também os processos de adoção ou acolhimento em famílias onde as crianças são entregues.

 No Centro Social de Santa Cruz, além das Irmãs que têm a seu cargo a gestão pedagógica e administrativa da instituição, tem uma educadora com funções pedagógicas, uma educadora de infância e uma equipe de cinco auxiliares que têm como funções as tarefas da casa, higiene e cuidado das crianças e, ainda, o apoio de alguns voluntários que acompanham as crianças em atividades. O Centro usufrui também da cooperação com a Cliesp - Clínica Médica, ao nível do apoio psicológico e ao nível dos cuidados de saúde, bem como outras especialidades tais como, medicina dentária, oftalmologia entre outras.

A instituição mantém ainda relações com as instituições da comunidade local. As crianças frequentam os espaços educativos da comunidade local, mais concretamente o infantário e o 1º e 2º ciclo nas escolas de Santa Maria da Feira. Frequentam a catequese e praticam algumas atividades desportivas como escuteiros e hóquei em patins.















Conclusão

Ficamos felizes por podermos constatar que o Centro Social Santa Cruz, oferece às crianças a satisfação das necessidades básicas (higiene, saúde, alimentação) num ambiente familiar e contribui também para a sua construção pessoal e social (segurança, afeto, educação e formação). 

É desejo destas irmãs que trabalham neste Centro, que estas crianças encontrem um Lar (família) que as receba como filhos verdadeiros. Para receber estas crianças as famílias têm que ter um coração generoso, amor para oferecer, amparo para que a criança que está sozinha, ao ser adoptada se sinta como um verdadeiro filho.

O Centro encontra-se com graves dificuldades económicas, devido à fraca contribuição da segurança social. Apesar disto, ficamos muito sensibilizadas na despedida da Irmã quando lhe comunicamos que iríamos contribuir com alguns donativos. Esta mostrou-se agradecida, mas referiu que o melhor seria tentarmos arranjar famílias que quisessem adoptar os seus meninos.

Adoramos fazer esta visita, e podermos ver in loco que existem pessoas altruístas que se preocupam com as crianças de hoje e futuras pessoas do amanhã








Anexos













Guião de Entrevista

Entrevista no Centro de Acolhimento Temporário de Santa Cruz dos Missionários Passionistas

1.       Numa pesquisa que fizemos na Internet, tomamos consciência que acolhem crianças com várias carências e fragilidades. Tendo como base a sua experiência, diga-nos qual/quais são as problemáticas que mais afetam estas crianças?

2.       Como futuros educadores temos tomado consciência da dificuldade em educar “crianças com determinadas problemáticas”. Consegue descrever alguma situação em que tenha sido especialmente difícil para si relacionar-se/educar uma criança? Que conselho(s) nos daria para lidarmos com estas problemáticas?

3.       Num plano físico, que materiais/equipamentos considera que seria fundamental o centro adquirir para o bem-estar das crianças/jovens que aqui se encontram? Existem alguns projetos/dinâmicas para obter os mesmos?

4.       De acordo com a legislação da proteção de crianças e jovens e risco, a permanência da criança num centro de acolhimento não deve ser superior a 6 meses. Isto verifica-se na instituição? No seu ponto de vista, quais poderão ser os desafios de manter uma criança muito tempo na mesma instituição?

5.       Derivado à crise económica vêm-se cada vez mais famílias carenciadas e a necessitar de ajuda. Conseguem dar resposta a todos os pedidos?

6.       Numa pesquisa na Internet verificamos ainda que o Centro está a passar por grandes dificuldades financeiras, existindo até possibilidades de encerramento. Como têm sobrevivido? Que apoios têm tido? E que apoios consideram que ainda necessitam?

Muito obrigado pela sua atenção e disponibilidade em responder às nossas questões!

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